O trabalho com metais conta com uma grande tradição cultural já que, desde a antiguidade, aparecem belas peças elaboradas com esse material. Os Celtas e Etruscos foram uma das primeiras civilizações que participaram de intercambios comerciais de bronze repujado (700-500 A.C). Também os Egípcios, Astecas, Maias, Celtas, Fenícios, Gregos e Romanos ja dominavam seus próprios métodos para o uso dos metais com finalidades artísticas. Todas essas técnicas usadas por nossos ancestrais foram evoluindo, aperfeiçoando-se com o passar dos séculos na produção de peças de valor incalculável. É bastante comum que arqueólogos encontrem coroas adornadas com lâminas em metal precioso, assim como utensílios e objetos destinados a cultos, além das máscaras. Isso pode ser observado em várias outras culturas como a dinastia "T'ang" no Oriente Médio durante o período de 960 a 1279 A.C. Eles usavam ouro e prata trabalhados com relevo para adornar pentes para cabelos.
O repujado é uma técnica muito antiga que vem da Europa, derivante dos ícones - que são imagens religiosas pintadas em tábuas de madeira. A partir do século XVII, meados da Idade Média, o repujado começou a conhecer seu auge porque os ícones eram postos à disposição da população em geral para sua veneração. Ocorre que, com o correr do tempo, as pinturas começaram a ficar manchadas por causa da fumaça das velas que eram acesas muito próximas às pinturas. Daí, os próprios adoradores (pessoas comuns) tiveram a idéia de cobrir essas imagens com placas de metais que eram desenhadas com relevos demonstrando as dobras dos mantos, as coroas e todos os adornos dos ícones, com metais preciosos como o ouro e a prata, deixando aparecer a pintura original somente dos rostos, mãos e pés. As molduras mereceram destaque dos artesão da época e algumas delas eram, por si só, outra obra de arte criadas nessa técnica que viria a ser chamada de 'Repujado'. Em princípio, essa cobertura dos ícones recebeu o nome de 'Riza'. Os russo-americanos a chamavam de 'Oklad'.
A técnica espalhou-se por toda Europa muito rapidamente. Os franceses a chamaram de 'Repulsare', que significa 'empurrar para fora', 'criar relevos'. Nos países de língua latina a palavra usada passou a ser 'Repujado' que significa 'criar figuras ou adornos em relevo de metal ou couro'. Logo se faria muito popular por toda a Europa. As criações desse tempo eram muito mais elaboradas e variadas, aplicadas a cofres, relógios e jóias. Foi muito utilizada durante alguns séculos e depois foi esquecida. Mais tarde, ja no século XX (a partir dos anos 20 e 30) voltou a ser executada na Europa - berço onde nasceu - principalmente na França que começou a criar toda uma indústria ao redor da técnica, porém, já não se faziam mais ícones e assim começou a arte objeto como lamparinas, floreiras, caixas, entre outros artigos. Por causa das guerras, mais uma vez foi esquecida e se perdeu. A cerca de, mais ou menos, uns vinte e cinco anos voltou com força total na Europa - principalmente na Espanha e México - e daí espalhou-se por todo o mundo.
Hoje em dia o Repujado é feito em metais variados como o ouro, prata, estanho, cobre, bronze e alumínio. Embora seja considerada mais artesanato do que arte hoje em dia, pode-se facilmente compreender-se que trata-se de uma técnica com notável tradição. Uma espécie de Fênix, a ave que renasce das próprias cinzas. Atualmente as peças feitas em Repujado são muito procuradas ao redor do mundo para a decoração de interiores por possuirem um indubitável matiz de distinção, qualidade e beleza. Cada vez mais tem ganhado novas fronteira e, como pode ser aplicada a praticamente todos os tipos de materiais, é muito fácil encontrar quadros, bandeijas, caixas, bijouterias, garrafas, copos, espelhos, molduras e uma infinidade de outros objetos feitos com essa técnica maravilhosa que é o Repujado.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
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